Refugiados da Aldeia Maracanã em Curupaiti convidam: Podem nos visitar. Entrem sem bater.


por Marcos Romão (descendente direto do Cariris Chocós)

Dauá Puri, acaba de me ligar de Curupaiti, onde estão alojados 12 indígenas até agora.

rondon

Expedição Rodon-Roosevelt

Ao contrário do que a imprensa diz, os povos indígenas que lá estavam, não “racharam”. Houve sim uma preocupação dos mais velhos pelas vidas das pessoas. Preocupação se se revelou sensata naquele momento, pois a ferocidade, a violência e a brutalidade com que as pessoas indígenas que lá permaneceram pacificamente até o fim, foram despejadas,  foi de um tamanho tão monstruoso, que nem as mais pessimistas das previsões, poderia esperar.

Os povos Indígenas da aldeia Maracanã/Museu do ìndio  não esmoreceram e, precisam de uns momentos de paz e descanso para retomarem a luta judicial.

Existe um esbulho dos direitos indígenas que mais cedo ou mais tarde encontrará justiça.

No momento o que todos precisamos, é prestar toda nossa solidariedade aos indígenas onde quer que eles estejam. Eles precisam da sociedade civil brasileira, para pressionar o Ministério Público, a Funai, a Presidência da República, a OEA e a ONU, para que  consigamos todos, reverter este esbulho possessório que aconteceu, para atender a interesses escusos, que nós só podemos suspeitar.

Os representantes dos povos indígenas  que estão na área do antigo Hospital de “Leprosos”,doença chada de lepra e que hoje  se chama “Mal de Hansen” , em Curupaiti, segundo Dauá Puri, estão sendo bem tratados, e tem uma Patamo da polícia os protegendo, pelo menos até agora.

Coincidências da vida indígena nas Américas, Curupaiti tem o mesmo nome do local em que as forças da Triplice Aliança, sofreram a sua maior derrota contra o povo Indígena do Paraguai em 22 de setembro de 1886, na famosa Batalha de Curupaiti,

Condução para irem ao centro da cidade, eles não têm. Juntos com alguns amigos Cariris Chocós, que vivem no Rio de Janeiro e são da área de medicina, eles têm planos de montarem  uma OCA de Saúde, para cuidarem das pessoas que lá estão, principalmente as que sofreram distúrbios psicológicos provocados pela noite de terror que viveram em 21 de Março.Noite em que receberam até jatos de pimenta, lançados à sotaina pelos fundos do Museu do Índio, onde estavam sitiados.

O pânico de todos eles, que já sofreram , muitos ataques de fazendeiros nos confins do Brasil, aflorou de novo, justamente no lugar onde foram buscar proteção no coração do Rio de janeiro.  A casa do Marechal Rodon, cujo lema em seu trato com os povos Indígenas era “Morrer se preciso for, matar nunca”.

(Em setembro de 1913, Rondon foi atingido por uma flecha envenenada dos índios Nhambiquaras.

Sendo salvo pela bandoleira de couro de sua espingarda, ordenou aos seus comandados, porém, que não reagissem e batessem em retirada, demonstrando seu princípio de penetrar no sertão somente com a paz.)fonte wikipédia.

O endereço onde eles estão é RUA GODOFREDO VIANA 64, no centro da Taquara. Eles aguardam visitas carinhosas e informam que qualquer um pode chegar, e a todos que chegarem e  verem   suas “OCAS” sem portas, podem entrar e não precisam bater.

Um pensamento sobre “Refugiados da Aldeia Maracanã em Curupaiti convidam: Podem nos visitar. Entrem sem bater.

  1. É terrível o que assistimos o que se passou com esses seres humanos. Será que toda essa arbitrariedade vai ficar impune? Vamos aguardar o resultado das urnas em 2014. Acorda povo!

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