STF julga cotas para negros e indios. A cortina de silêncio da grande imprensa brasileira.


Nem a presença de Spike Lee, um dos maiores cineastas americanos da atualidade, filmando ato ecumênico a favor das cotas, em frente ao Supremo Tribunal Federal, que decide hoje, 25 de abril, se as cotas para negros e indios nas universidades ficam ou serão derrubadas por proposta do DEM do Demóstenes, consegue remover a cegueira  objetiva da grande imprensa brasileira qundo se trata de falar de assuntos que afetam as vidas de mais da metade da populção brasileira, os mais de 90 milhões de afrodescententes, que lutam por um espaço na sociedade brasileira.

Elio Gaspari éuma das poucas vozes de intelectuais na imprensa que defende as cotas e apresenta fatos que a justificam. É uma exceção na rede Globo, com dezenas de jornalistas, que provavelmente se calam pois teem que seguir a voz dos chefes, como Ali Kamel, o autor da gota de sangue dos outros…

Mamapress scaneou o artigo de Elio Gaspari, assim como copiamos também o texto com a opinião do Globo, os dois ariitgos foram publicados hoje e na mesma página. Parecem retratar dois países diferentes.

Que reflitam e julguem nossos leitores.

Marcos Romão

o artigo do Gaspari

Hoje o STF julgará as cotas

A opinião do Globo
Proteção enganosa

INVERDADES DO PRINCIPAL JORNAL DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO (O.G).
Ter opinião contra as ações afirmativas voltadas à população negra não autoriza ninguém (pessoa jurídica ou pessoa física), muito menos um(a) jornalista a, deliberadamente, distorcer fatos.

Dito isso, eis o que registra o editorial veiculado nesta quarta-feira ( 25/04/12)- versões impressa e on-line – do principal jornal das Organizações Globo (O.G):

No primeiro parágrafo, sétima linha, eis a palavra”raça” entre aspas remetendo a um conteúdo biológico que não é o afirmado pelo Movimento Negro, que ressalta a existência da palavra raça no sentido histórico e sociológico que ela tem.

No quarto parágrafo, o autor do editorial manipula estudo realizado pelo IBGE em 2008, trocando a palavra preto por negro, o que inexiste nos estudos sobre relações raciais do IBGE. Negro é a soma das pessoas pretas e pardas segundo metodologia aplicada nos Censos, inclusive o último de 2010 quando a maior parte da população brasileira (50,7%) se autodeclarou negra. Qualquer pessoa poderá comprovar isso visitando o site do IBGE e lendo os estudos e pesquisas ali postados. As políticas de cotas alcançam negros (pretos e pardos) e também a população nativa do País, que nos acostumamos a chamar de indígenas.

O fato narrado no quinto parágrafo indica apenas que se há uma distorção em um ponto no conjunto de critérios de acesso por cotas da universidade de Mato Grosso, a mesma deve ser apenas corrigida sem afetar o mérito do programa de inclusão ali implantado.

Em jornalismo, caro colega editorialista (ou será editor de opinião?) erro em apuração é fatal e, neste caso evidente, o principal jornal das O.G deliberadamente faltou com a verdade aos seus leitores e internautas.

Por fim, não cola nesta altura da História do Brasil que tanto as O.G quanto o Partido Democratas e os seus simpatizantes estejam preocupados com os “milhões de jovens brancos e pobres” e que por isso venham a aceitar “a adoção de cotas sociais “. A história deste País registra de quem (e do que) foram ambos (O.G e Democratas) aliados incondicionais e, principalmente, beneficiários. E não estão sozinhos nesta história, ou melhor, outro episódio da mesma história.
Miro Nunes – membro da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (Cojira/SJPMRJ).

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