Quando um jovem se vai, uma parte do futuro fica vazia. Faleceu o filho da Drª Berenice Aquiar


por marcos romão

Armando e Berenice prestando solidariedade ao Quilombo do Sacopã

Armando e Berenice prestando solidariedade ao Quilombo do Sacopã

“Comunico o falecimento na tarde de hoje do meu filho Armando de Aguiar Silva Filho”,

Foi a mensagem que recebi de minha amiga Berenice de Aguiar.

Sei da dor que é perder um filho tão jovem em um momento em que a vida lhe prometia tantas coisas.

Filho da obstetra, advogada e ativista dos Direitos Humanos e do Movimento Negro do RJ, Armando de Aguiar Silva Filho. esteve com sua mãe no Quilombo do Sacopã, no último domingo, 27.12, para prestar sua solidariedade aos quilombolas do Quilombo do Sacopã ameaçados pelo judiciário e pela especulação imobiliária.

O velório será hoje domingo, dia 2 de janeiro, no Memorial do Carmo 13 horas capela 8, no Cemitério do Caju.

Nossos sentimentos e solidariedade com a dor da família.

Armando e Berenice prestando solidariedade ao Quilombo do Sacopã

Armando e Berenice prestando solidariedade ao Quilombo do Sacopã

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Morre o presidente da República da Cinelândia. Velório na Câmara de Vereadores


Agora na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro-foto Paula Kossatz

Agora na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro-foto Paula Kossatz

A Cinelândia perdeu seu “Presidente”. Assim era conhecido o morador de rua Sérgio Luis Santos das Dores, morto na segunda-feira, aos 63 anos, com falência múltipla de órgãos. Figurinha constante em manifestações na região, onde passou a maior parte dos seus dias nos últimos 20 anos, “Presidente” terá despedida de chefe de estado. O velório acontece nesta quarta, das 8h às 13h, na Câmara Municipal. O corpo sairá em cortejo até o cemitério do Catumbi, onde será sepultado às 15h.

A Mídia Coletiva.Org fez uma justa e honrosa homenagem ao Presidente das Ruas, Sérgio Luiz Santos das Dores, falecido em 14 de dezembro de 2015.

Foi um prazer quando a equipe da Rede Radio Mamaterra, foi recebida ao retornar ao Brasil pelo presidente  da Cinelândia. Nos sentimo em casa neste encontro entre exilados internos e um grande representante dos exilados internos que são os moradores de rua.
Parabéns a todo o time da Mariachi, o registro vivo do que acontece nas ruas do Rio de Janeiro

Do Original

Foto de capa: André Mantelli
Texto: André Miguéis
Colaboração: Carlos Augusto Lima França, Drica Queiroz e Raffaella Moreira
Revisão: Roger Mcnaugth

Presidente-André-Mantelli-

Presidente-André-Mantelli-

Ontem, dia 14 de dezembro, final do ano de 2015, o movimento social do Rio de Janeiro perdeu um dos seus mais icônicos personagens. Sérgio Luiz Santos das Dores, o Presidente, faleceu na sala vermelha(equivalente à UTI) da UPA do Souza Aguiar. Uma infecção, que se tornou generalizada, abateu o folclórico e querido integrante de todas as ocupações de rua da Cinelândia, centro do Rio, nos últimos vintes anos.

A vida antes da Cinelândia

O Presidente foi funcionário do IBGE e era pensionista federal vinculado ao instituto, entretanto vivia na rua em condições precárias. Era também um conhecido frequentador da varanda do restaurante Amarelinho em dia de chuva desde do início dos anos da década de 1990 e viveu nas ruas por cerca de trinta anos após ser aposentado por invalidez, informações essas apuradas pela reportagem do portal midiacoletiva.org. Essa informação não era conhecida por ninguém e ele jamais recebeu o valor de cerca de 5.600R$ de sua pensão, sobrevivendo de uma simples aposentadoria do INSS. A veracidade da existência deste benefício e qual o destino desta quantia durante todos esses anos é um fato que está sendo apurado. Porém, o Presidente não gostava de falar de dinheiro e ficava irritado quando algum amigo das manifestações tocava nesse assunto.

Quando um homem tão importante para nossas vidas morre, nasce um Mito! Presidente, Presente!” Mag Charf – Militante do movimento social e chefe de cozinha.

Presidente em foto de Marcello Mirrela

Presidente em foto de Marcello Mirrela

A Ocupação “Mata Mosquito” ocorrida na Cinelândia no segundo governo FHC

No início de 1999, Sérgio Luiz ou Serginho – como era conhecido na época por seus colegas de sindicato do IBGE – morava na rua nas imediações da Câmara Municipal do Rio e havia aprendido a lidar com sua adicção, parando totalmente de beber. Firme em suas convicções políticas, decidiu apoiar a “Ocupação dos Mata Mosquitos”, ato político de ocupação do espaço público realizado por trabalhadores da SUCAM. Os guerreiros e seus apoiadores, dentre eles o Presidente, ficaram na Praça da Cinelândia por mais de um ano após serem demitidos no segundo governo FHC. Ao fim da luta política, conseguiram a readmissão numa inesquecível vitória do movimento popular. Naquele momento, o Presidente – que ainda era chamado de Serginho – demonstrava sua inteligência e autoridade moral. Sempre respeitado pelos ocupantes, ganhou o carinho de todos e passou ser um membro contínuo e efetivo da mobilização.

Presença no Ocupa Rio e nos movimentos pré-Jornadas de Junho

Mesmo tendo atuado no sindicato dos servidores do IBGE e frequentando a grupos de apoios de adictos em álcool, o fato que deu notoriedade política a ele foi o “Ocupa Rio”, mobilização dos movimento autônomos cariocas ocorrido em 2011. A partir daí essa grande figura do povo passou a andar com jovens ativistas que lutavam causas muito além das defendidas pelo espectro político-partidário da sociedade fluminense. Durante o Ocupa Rio, Sérgio passou a ser chamado pelos jovens de “Presidente” por causa de suas contundentes e divertidas falas com sua charmosa voz fanha nas Assembleias do movimento. Mesmo vivendo de forma precária e sendo vítima de preconceito e violência por parte dos agentes do Estado, ele não fraquejou em sua luta pelas causas pré-junho. Esteve presente nos atos de apoio a Aldeia Maracanã na Cinelândia, deu depoimentos para os vídeos do cineasta e repórter do Jornal A Nova Democracia Patrick Granja, além de também ter marcado presença no importante “Ocupa dos Povos”, evento das nações americanas originárias na área central da cidade. Errata: O cineasta Diego Felipe do Linhas de Fuga esclareceu que o apelido surgiu em verdade ocupação da rua da Ajuda, em 2011. Citou ainda a significativa participação do Presidente nas ocupações “Guerreiros Urbanos” e a ocupação do IASERJ, ambas também anteriores a 2013.

 Na ocupação Guerreiros Urbanos em Santa Tereza, logo após o Ocupa Rio. Foto: Diego Felipe


Na ocupação Guerreiros Urbanos em Santa Tereza, logo após o Ocupa Rio. Foto: Diego Felipe

 “Não haverá golpe e nem impeachment na sua linha de sucessão. Homens como você nunca serão substituídos na batalha. A Militância perde um grande homem,nobre cavalheiro e incansável guerreiro.” André Lemos, ator, performer, integrante do Anarco-Funk e ativista das causas populares.

Jornadas de Junho de 2013 e atuação no Ocupa Câmara

No segundo semestre de 2013 ocorreram as maiores, em termos quantitativos, manifestações da revolta popular na história brasileira. O movimento passou a ser chamado por estudiosos de “As Jornadas de Junho”, série de insurgências e insurreições de uma população cansada de ser vilipendiada pelo Estado/corporações, totalizando mais de trezentos atos em todas as capitais e maiores cidades do país. O Rio de Janeiro, sede da Copa das Confederações, da final da Copa do Mundo e das Olimpíadas foi massacrado pela política rasteira praticada por todas as esferas de governo.

A desocupação da Aldeia Maracanã, a implantação das UPP’s, as remoções e outros diversos fatores levaram o povo a uma situação de extrema carestia. Desse cenário distópico surgiram vários processos de resistência que desaguaram nas ocupações do espaço urbano. O Ocupa Cabral em frente a casa do ex-governador e posteriormente o Ocupa Câmara se destacaram. Nos acontecimentos da Cinelândia o Presidente teve papel de destaque. Desde a primeira tentativa de Ocupação, ele já estava aguardando do lado de fora, e no momento que houve a expulsão no meio da madrugada ele estava lá participando ativamente e disponibilizando o ombro amigo para cada ativista retirado da chamada “casa do povo”. Mais a frente se tornou um resiliente, divertido e inspirador companheiro nos dias e noites do Ocupa Câmara, criador uma série de bordões

Presidente no Ocupa Câmara. Foto: Thiago Dezan

Presidente no Ocupa Câmara. Foto: Thiago Dezan

 A reinvenção como Artista

Diversos coletivos surgiram a partir da rede construída pelo Ocupa Câmara. O presidente atuou com todos eles, inicialmente repetindo nos vídeos dos mídia ativistas o seu famoso jargão “Quer uma palavra de consolo? Foda-se a Copa!”. Mais adiante, durante a jornada do professores em outubro, o Presidente participou de trabalhos com o Coletivo Mariachi. Daí em diante ele não mais parou, atuando com o Coletivo Baratox em performances na Câmara, em sessões de fotos e intervenções no Atelier de Dissidências Criativas da Casa Nuvem, culminando com seu lindo desempenho no vídeo da festa de natal do Ocupa Câmara(destruído dois meses antes) “Mais Amor, Menos Capital”. Nesse trabalho, dirigido por Deo Luiz, o Presidente se fantasiou de Penélope Charmosa, num claro apoio a causa da comunidade LGBT, que sofria ataque dos setores mais reacionários da sociedade. Ainda no Atelier de Dissidências ajudou a desenvolver, com apoio de outros artistas, e representou o personagem Phoder Público, uma paródia em cima dos políticos tupiniquins.

Representando o personagem Phoder Público. Foto: Pedro Mendes/ Atelier de Dissidências Criativas

Representando o personagem Phoder Público. Foto: Pedro Mendes/ Atelier de Dissidências Criativas

Os momentos finais de um grande ser humano

Ele constantemente era levado para dormir na casa de ativistas do Ocupa Câmara ou mesmo no espaço coletivo da Casa Nuvem, porém só ficava um ou dois dias, sempre voltava por vontade própria para a dureza de viver na Cinelândia. Acabava sendo constantemente reprimido pelos manganos do Lapa Presente e outras aberrações repressoras do Estado, como os agentes da Secretária de Ordem Pública e da Secretária de Serviço Social. A dura vida na rua e os anos de juventude bem vívidos cobraram um preço alto desse grande homem. Depois de passar mal, ser levado pelo SAMU para a UPA, aonde foi inicialmente mal atendido, fato que mudou após pressão de um grupo de ativistas, Comandante legítimo da Cinelândia, herói do movimento carioca e irmão mais velho de todos não resistiu à uma infecção generalizada, deixando órfãos toda uma geração de jovens artistas, ativistas e militantes da causa popular. Seu velório ocorrerá na Câmara Municipal do Rio, localizada na Cinelândia, a partir das 09:00 da manhã dessa quarta, dia 16/12.

Foto de capa: André Mantelli
Texto: André Miguéis
Colaboração: Carlos Augusto Lima França, Drica Queiroz e Raffaella Moreira
Revisão: Roger Mcnaugth

Vídeos com o Presidente:

Um Novo Tempo/MIC, GEDAI, Rio na Rua, Mariachi e Carranca:

Mais Amor, Menos Capital 2014/MIC, Mariachi:

Quadrilha da FIFA recepciona Ministro do Esporte / Mariachi e Casa Nuvem:

 

Falece José Maria Nunes Pereira


por marcos romão

Amauri Mendes Pereira escreveu sobre também meu grande amigo José Maria Mendes Pereira, um dos poucos homens brancos brasileiros que soube cruzar as fronteiras do Apartheid brasileirom com dignidade, humildade, generosidade sem arrogância e nu diante de sua própria história de homem branco no Brasil. O Brasil carece de homens brancos assim, machos o suficiente para enfrentar sem autopiedade todas as formas de racismo, que por nascença em nosso país lhe traria vantagens. Pagou o preço da incompreensão acadêmica por sempre estar ao nosso lado na luta de solidariedade aos povos sob o jugo dos apartheids, colonialismos e neocolonialismo, mas pode com isto gozar e viver em mundos de alegria e luta jamais imagináveis para os brancos presos no modo de ser racismo brasileiro:
” Pessoal, faleceu ontem um decano – e o mais militante – entre estudiosos de África no Brasil. José Maria Nunes Pereira Conceição-O Zé Maria, criador do Centro de Estudados Afro-Asiáticos, em 1973, e do primeiro curso de pós graduação em História da África e do Negro no Brasil, em 1996, na UCAM-RJ. Um homem branco, militante de primeira hora do Movimento Negro no Rio de Janeiro, nos anos 70. Vamos nos despedir dele no cemitério São João Batista. VIVA ZÉ MARIA!!!!!

José Maria Nunes Pereira
Possui graduação em Ciencias Sociais pela Universidade Federal Fluminense (1972), mestrado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1991) e doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1999). Atualmente é professor titular da Universidade Cândido Mendes.

Eduardo Campos: “Que horror”


Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense – 14/08/2014

Quando falava da campanha, Eduardo Campos revelava convicção de que venceria as eleições. Julgava-se um predestinado a ser presidente da República.eduardo-campos2

 

O Brasil perdeu um de seus políticos mais promissores, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, candidato a presidente da República do PSB, que ocupava o terceiro lugar nas pesquisas e tentava construir, com Marina Silva na vice, uma espécie de “terceira via” na política brasileira. Morreu num desastre de aviação em Santos, depois de uma tentativa de pouso do jatinho que o transportava no aeroporto de Guarujá. Ele havia embarcado com alguns assessores no Rio de Janeiro. Foi um horror: todos morreram carbonizados.

“Jantei com ele na véspera e conversamos ontem de manhã por celular; ele desligou na hora em que o avião decolou do Santos Dumont”, conta o amigo e assessor de imprensa Alon Feurweker, que também embarcou do Santos Dumont, mas com destino a Brasília, e somente soube do desastre quando desembarcou. Amigos aflitos e colegas ligavam para o jornalista porque corria o boato de que também estaria no avião.

Quando embarcou, Campos estava muito animado com o próprio desempenho na televisão, principalmente depois da entrevista de 15 minutos ao Jornal Nacional, da TV Globo. Acreditava que, intensificando as viagens pelo país e tendo um bom desempenho na tevê, empolgaria os eleitores, cresceria nas pesquisas, iria para o segundo turno. Quando falava da campanha, Eduardo Campos revelava convicção de que venceria as eleições. Julgava-se um predestinado a ser presidente da República.

O neto do ex-governador Miguel Arraes que por duas vez governou Pernambuco era mesmo uma liderança política ascendente. Pretendia ir bem mais longe que o avô e resgatar a liderança política de seu estado, perdida desde a Confederação do Equador, em 1824, que reuniu também Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. A província acabou perdendo grande parte de seu território (a antiga comarca do Rio São Francisco) para a província da Bahia.

Vários líderes da rebelião, como frei Caneca, foram enforcados ou fuzilados, enquanto outros, como Cipriano Barata, acabaram presos. Abolicionistas e republicanos, ambos, porém, são reverenciados até hoje pelo povo pernambucano.

Deram origem a uma linhagem de políticos “exaltados”, marca registrada da esquerda pernambucana desde os liberais da Revolução Praieira. Mesmo não tendo caráter essencialmente socialista, esse grupo político era claramente influenciado por socialistas utópicos do século 19, como Pierre–Joseph Proudhon, Robert Owen e Charles Fourier.

É o segundo político pernambucano dessa estirpe  que perde a vida num desastre de avião. O primeiro foi Marcos Freire, ministro da Reforma Agrária do governo Sarney, que faleceu em 8 de setembro de 1987, num desastre no Pará. Ele viajara para tratar de assuntos do ministério e, poucos minutos após a decolagem, o jatinho que o conduzia explodiu no ar.

Campos era considerado um hábil articulador e foi excelente administrador de seu estado, deixando o governo com elevados índices de aprovação popular. Era simpático, bem-humorado, gostava de contar histórias e fazer imitações, que às vezes beiravam a perfeição, como nos casos do ex-presidente Lula e do vice-presidente de seu partido, Roberto Amaral.

Economista, Campos modernizou o estado de Pernambuco, cuja produção industrial hoje chega a 20% do PIB. Ex-ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula, rompeu com a presidente Dilma Rousseff, sem entretanto atacar o ex-aliado petista. Na sua última entrevista, foi duro com a adversária, que concorre à reeleição: “O governo Dilma vai entregar o país pior do que recebeu”.

 

Marina

O candidato do PSB conseguiu chegar a uma plataforma comum com a vice, Marina Silva, com cujo discurso, inicialmente, tinha muitas contradições. Também administrou com sucesso suas diferenças históricas com o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), seu conterrâneo. 


A vice se solidarizou com a família de Campos e dos assessores e disse que, durante 10 meses de convivência intensa, aprendeu “a respeitá-lo, admirá-lo e a confiar nas suas atitudes e em seus ideais de vida”. Estava em São Paulo hoje, mas cumpria agenda pessoal na capital paulista. 

 

Marina não falou sobre uma possível substituição da candidatura. Pela legislação, poderá ser mantida na mesma posição na disputa ou se tornar a candidata do partido à Presidência, “por decisão da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos partidos coligados”. 

 

PSB, PPS, PRB, PHS, PPL e PSL, que formam a coligação, sofrerão um ataque especulativo dos demais candidatos, mas a maioria deve substituir Campos por Marina e, provavelmente, escolher um novo vice entre os quadros históricos do PSB.

 

Agostina Reis Hampel faleceu em Hamburgo. Luto dos Brasileiros Migrantes


Os Brasileiros do Mundo estão sem palavrasagostina lu ivoneide
Recebo a notícia de Agostina Reis, co-fundadora com 12 anos de idade do Teatro Experimental do Negro no Brasil, faleceu após um mes em coma na Alemanha.

Agostina Reis é um pedaço da história do Negro no Brasil. Vivemos em um mundo de dentro do Brasil e infelizmente em um mundo paralelo com nossas histórias, vidas invisíveis que formam a alma de nosso povo, mas que ninguém vê ou dá importância.
Agostina aprendeu desde criança a ter autoestima, aprendeu de sua mãe, a Maria Bahiana que montou o primeiro tabuleiro de quitutes bahianos no Largo do Machado em frente ao clube do Abacate, que reunia os trabalhadores negros do Bairro. Foi lá que conheceu Abdias Nascimento, que me confessou ele próprio, que quando chegou no Rio era para lá que ia, e uma vez ou outra escutava os conselhos de Dona Maria e também comprava fiado…

Agostina foi para a Alemanha na década de 50, com o grupo de artistas negro Brasilianas. Por lá casou e tem um filho advogado que lhe deu um neto.

Agostina é o coração de Hamburgo. Agostina Hampel Reis é mais um coração do Brasil!

A morte é uma curva no meio do caminho; Morrer é só não ser visto. Da linha de vida de José dos Santos Oliveira


por marcos romão

Comunico com pesar a morte do militante Jose Dos Santos Oliveira.

O enterro será no  Cemitério do Caju – CAPELA F . do dia 6 de fevereiro de 2014, às 13 horas.

Recebemos esta mensagem de vários amigos, Paulo Roberto(Diop) dos Santos, Tito, Ana Carolina, Jota Antunes e tantos mais.

José Santos Oliveira era uma unanimidade pois tinha amigos por todos os cantos.

Desescalação e diálogo eram seu motes de vida. Vai fazer falta esta voz da paz em nosso país.

Com fotos de seu perfil no Facebook, traçamos uma linha do tempo, em que o poema de Fernando Pessoa sobre a morte, José dos Santos Oliveira colocou em destaque antes de morrer.

A morte é uma curva no meio do caminho; Morrer é só não ser visto.