por marcos terena
Bom Dia!
Outro dia lá em Campo Grande, MS, ouvi a gravação de uma senhora Terena cantando sua canção sobre a guerra e o nosso Povo. Ela cantava na nossa lingua como uma guerra é triste e até imitava o som do canhão e das armas de guerra do homem branco… mas principalmente de como nossos velhos mesmo assim, foram ajudar o Brasil na Revolução de 32 ao longo da estrada de ferro até o Rio Paraná, na II Guerra Mundial em Napoles e também na Guerra do Paraguai. Um irmão dela tinha ido…
A Nação Terena vem de uma tradição de paz e sempre ajudou o homem branco que chegou na região do Mato Grosso do Sul. Se de um lado a espiritualidade do Yanakalu ficou guardada mesmo diante da Igreja Cristão, a força de trabalho do homem e da mulher foi um alicerce básico para a economia do Estado, seja na fazenda de gado, café, soja, arroz e verduras, seja no comércio, nas Igrejas, forças armadas, trem do Pantanal e até na nova geração que mistura filhos de japoneses, paraguaios e bolivianos.
Hoje já faz mais de uma semana que um jovem foi assassinado, levantando uma luz sobre os desmandos e o desrespeito que sofremos pela discrinação racial e social, mas nossos lideres de aldeias levantaram seus semblantes para mostrar que nunca usamos a arma do homem branco quando lutamos pela terra, nosso direito moral que será alcançado como uma vitoria e uma conquista. O homem branco sabe disso e teme isso, reconhecendo que somos mais que vencedores!